quarta-feira, 31 de março de 2010

Perspectivas: Moeda Única Limita Raio de Acção Contra A Crise!


A falta de disciplina orçamental não é o principal, ou o único, problema dos Governos Europeus.
A inflexibilidade da moeda única, tendo em conta o presente modelo, limita o raio de acção de cada estado membro, como se de um colete de forças se tratasse.
Para facilitar a regulação económica, a Europa terá de avançar "na via da integração política", à qual se visiona reticente (e mal preparada!).
É provável que, enquanto nos aproximarmos do modelo Norte Americano, manteremos níveis elevados de desemprego, agravados pela deflação [segundo a definição da "escola Austríaca"] e outros factores.

Num esforço para se manterem acima do nível da água, e com a normal integração de programas informáticos e outras tecnologias, muitas empresas reduziram os custos de produção (melhorando a sua eficiência) para evitarem falência (causando a falência de "terceiros").
No entanto, o menor poder económico, base, pinta um quadro bastante negro...

2 comentários:

  1. Neste texto, logo no primeiro parágrafo, está a base de todo o raciocínio para os parágrafos seguintes. Aparentemente a última frase não tem ligação com a primeira, mas só aparentemente.
    Aquilo a que chamas "falta de disciplina", de acordo que o é, também, não deveria ter razão de existir. A UE é uma instituição burocráticamente pesada, os governos ídem. Então a que se deve essa "falta de disciplina"?! Eu sempre prefiro não lhe chamar isso, pois parece uma desculpabilização à incompetência. Lá estou eu a chamar incompetência a algo que já todos sabemos o que é, (Mas não vou agora entrar no mundo obscuro da política)
    O caso das empresas também não se deve exclusivamente a incompetência dos seus gestores (Eu pensava que tinha dito que não ía entrar nesse mundo sombrio!). Algumas empresas, das maiores do mundo, "sucumbiram" a esta "nova vaga" de crises artificiais. Digo sucumbiram mas deveria dizer...foram reajustadas. Esse reajustamento fez-se à custa de perda de emprego, perda de poder de compra, "perda de competividade", o que está a levar as sociedades europeias à entropia (silenciosa...ainda). Os reinvestimentos de algumas empresas levaram à descontinuidade de equipamentos em meio de tempo de vida, e isso vai continuar. A UE dá subsídios para esses reinvestimentos. O ambiente fica a perder e as empresas cedo ficam obsoletas. O ciclo repete-se...vivem de subsídios, que não são mais do que uma maneira artificial de gerar um factor de PIB.
    As PME debatem-se com outros problemas, de falta de competividade, em parte derivado do frenesim de adaptações ao mundo actual, globalizado, desregulamentado, "paradisíaco. As empresas de mercado local estão condenadas a debaterem-se pertétuamente com desajustamentos de mão de obra, de tecnologia, de falta de velocidade. Os grandes mercados giram a velocidades incompatíveis com os 25 anos que demora a fazer um técnico especializado.
    Tens razão ao dizer que a falta de disciplina não é o principal ou único problema dos governos europeus. Eu acrescento...de todos ou quase todos os governos. Trata-se de algo muito mais complexo. Urgentemente teremos que nos transformar num "homem novo" que seja digno de usar a denominação "SAPIENS". Se não o fizermos, a natureza encarregar-se-á de o fazer.
    E porque eu rejeito chamar "falta de disciplina" e "incompetência" ao descalabro orçamental dos países da UE? A moeda única é um dos motivos. É a única área de intersecção de todos os círculos que compoem a União. Mas não é a área que está no centro. Está desbalanceada! A sua inflexibilidade é necessária, uma vez que o modelo assenta num erro fundamental...O limite do défice. O mais que ultrapassado modelo do PIB, também tem algumas culpas no cartório. Mas são os senhores do outro lado do mar que mandam! Neste PIB não se mexe!!! Portanto, os esforços de tornar as sociedades europeias em sociedades briosas, é desvalorizado por esse modelo de PIB. Estamos a gerar uma riqueza que não tem valor comercial!
    Depois é claro que as coisas têm que abanar. A Grécia abanou e lá apareceu esse instrumento desconectado, o FMI. Pensava que já nos tínhamos visto livres desse monstro obstrutivo.
    Não vale a pena apontar culpas, nem citar exemplos. mas posso dizer que as prioridades estão trocadas, as competências estão desvalorizadas, os vários modelos são desinteressantes, o insucesso está à vista em todos os campos da acção humana, A burocracia magoa, a corrupção alastra, a impunidade impera.

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  2. Não que não concorde contigo, ante do mundo obscuro da politica, apontaria primeiro o dedo ao mundo "obscuro" da educação e o "contágio hipotético-intelectual" a ele inerente... A "falta de disciplina" deriva também de utilização de teorias utópicas, sem sentido, que não modelam o mundo real!
    Tudo isto é cria um efeito de "bola de neve", em que enraizamos o modelo que nos ensinam - um "simulacro" (Baudrillard). Este simulacro é, pelo menos, parte integrante dos sistemas de avaliação que regem a sociedade (sejam eles a que nível for)... E a realidade é a dissociação que ocorre perante o modelo (que acaba por ser mais predominante!).

    Tendo dito isto, digo também que a contribuição de pessoas como Benoit Mandelbrotian, revolucionaram este ramo - infelizmente, não me parece que o seu "contagio" seja atempado, ou mesmo suficiente para prevenir, de forma mais eficiente, uma futura e mais grave crise económica!
    Aqui sim, recai o problema da maquina burocrática - a "obscuridade" politica - pelos entraves tanto "intelectuais" como pela falta de "resolução" e eminencia numa questão de extrema importância e gravidade!

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