quinta-feira, 22 de outubro de 2009

GESTÃO INTERCULTURAL


Introdução

A realidade existe sempre em prespectiva e o mapa que dela fazemos é o nosso mapa e não, propriamente, o território onde nos movimentamos.

Globalização e Gestão

A atribuição de poder a unidades autónomas corresponde à sua necessidade de actuação multidoméstica [transnacionalização].

Para McLuhan (1964), o principío determinante da cultura não é tanto o conteúdo, mas mais os meios através dos quais ela é transmitida. Daí que McLuhan antecipe o determinismo tecnológico.

1.1 As Forças da Globalização

homogeneização cultural, a evolução e a massificação das tecnologias de informação são fundamentais para agilizar o comércio [marketing]

1. Contrastes e Efeitos da Globalização
A receita usada para recuperar os mercados emergentes em queda - cortes orçamentais e juros altos - contribui para aumentar ainda mais a distância. [Banco Mundial... causas para o distânciamento entre ricos e pobres...]

4.Explosão dos Investimentos
A migração quase instantâneo do dinheiro fortalece investimentos estrangeiros de curto prazo. Ao menor sinal de instabilidade económica ou política no Estado, o investimento é resgatado, provocando uma crise cujo impacto pode alastrar-se a outras nações por causa, justamente, das integrações economicas.
As economias emergentes são os mais atingidos, por adoptar modelos de desenvolvimentos baseados em investimentos externos. [instabilidade]

1.2 Globalização, Complexidade e Gestão

"[Caos] ... É uma instabilidade constragida; uma combinação de desordem e ordem, em que os padrões de comportamento evoluem de formas imprevisíveis mas, ainda assim, similares, familiares, embora irregulares."
Stacey, R.

[dois novos princípios] o princípio da incerteza de Heisenberg e a recente evolução da teoria do caos.
A posição e a velocidade de um objecto não podem ser medidas exactamente ao mesmo tempo.
[Na gestão global] ... As forças do mercado e as flutuações da moeda, em particular, não são mesuráveis porque estão constantemente a mudar com base na contínua troca de moedas e economias. [ilusão das taxas de cambio]

Ralph Abraham, um matemático experimental da Universidade da Califórnia, fundou, juntamente com outros matemáticos, um ramo da teoria da vibração matemática baseada no caos. A sua descuberta básica foi que a fórmula newtoniana que permite que se formulem leis, que são ao mesmo tempo exploratórias e predictivas, deixa de ser verdadeira nos sistemas complexos. Em vez dela, a teoria do caos lida com fenómenos complexos, cujo percurso não pode ser determinado por leis válidas para todo o tempo. Por outras palavras, a complexidade ultrapassa as regras de um jogo finito.

Quanto mais vasto for o âmbito da investigação, menos previsíveis e fiáveis serão os resultados e maior será a incerteza.

"Quando procuramos explicar o que se passa e projectar acções decorrentes dessas explicações quase sempre abordamos essa tarefa a partir da prespectiva da ordem. Ao fazê-lo, não prestamos a atenção devida ao papel da desordem." (Stacey, 1992, p.29)

Se formos capazes de (re)focalizar a nossa atenção nesse quadro mais vasto, com menos expectativas de encontrar as regras e mais expectativas de descobrir a próxima corrente na evolução do contexto global, menos nos atormentará a incerteza porque não estaresmos à espera de certeza.

Como acontece com outras complexidades da gestão global, a resposta não é ou/ou, mas sim a gestão simultânea de ambas as opiniões - algumas das quais estão (ou julgamos estarem) sob controlo e outras encontram-se fora de controlo.

Capra defende que para trascender os modelos clássicos, os cientistas "terão de ultrapassar a abordagem reducionista e mecanista, como se fez na física, e desenvolver ideias holísticas e ecológicas." (Capra, 1982, p.49)

Dependência última das pessoas - da sua intuição e capacidade de julgamento. [reintegração entre as ciências naturais e as humanidades]

É sabido que, em certos contextos, a ordem gera o caos. A emergência de um certo padrão organizativo dentro de uma desordem geral resulta daquilo a que os cientistas da complexidade chamam "atractores estranhos", ou seja, o espaço para o qual a trajectória de qualque sistema se vê atraída.

Entre as partes de um dado sistema dão-se interacções muito fortes,pressupondo-se a ausência de uma estrutura hierárquica central. Isto permite produzir diferentes tipos de pensamento acerca do fenómeno.

Factores resultantes e, ao mesmo tempo, acelaradores próprio movimento globalização? ["híbridos globais"]
1. fluxos globais
2. redes globais
3. "capitalismo de casino"
6. riscos de ambientais e de saúde pública

Penso que o nível global emergente é, parcialmente, auto-organizado, e é-o, sem grandes dúvidas, através de uma panóplia de organizações...

1.3 A Gestão e os Gestores na Época da Globalização

Criar o caos a partir da ordem [sobressair]

O que é comercializado entre as nações são menos os produtos acabados e mais os serviços especializados na resuloção de problemas...

Se olharmos para para os métodos das ciências sociais e da educação/formação de adultos que continuamos hoje a usar para ajudar as pessoas a lidar com estas mudanças cientifícas acelaradas, veremos que eles se fixam ainda em muitas ideias e métodos dos anos 50 e 60, no que se refere ao recrutamento e selecção do pessoal, à formação experimental e os sistemas de compensações e benefícios e de progressão na carreira.

1.3.1. Gestor Internacional ou Global?

"É mais uma questão de arte que de ciência, [...] sendo apercebidas mais pelos seus efeitos e resultados que pela análise." [BARNARD, Chester - Functions of the Exucutive. 1938, p.235]

Devemos desenvolver novas tecnologias para ajudar as pessoas a aprenderem a jogar com quadros mentais flexíveis, com regras pouco fixas e com o constante reajustamento de metas, objectivos e estratégias.

É impossivel desenvoler uma organização global competitiva e sempre em fluxo com pessoas demasiado estruturadas.

Desenvolver métodos, para que não reproduzam as nossas próprias aprendizagens, que ajudem a moldar o futuro;
[vantagens criativas]

As RI [Relações Internacionais] começam a incluir o estudo de relações entre economias e culturas que ultrapassam o domínio restrito da acção política. [dualista]. É assumido um compromisso com a ideia de certralidade constante das relações entre estados, mas reconhece-se o desenvolvimento de processos de integração económica e cultural.

[Burton (1972)] Se levarmos o raciocínio deste autor às ultimas consequências, teríamos então uma genuína teoria da globalização - se o mundo inteiro está ligado por redes que são tão densas como as que encontramos nos contextos locais, então o local e a geografia desapareceriam, o mundo seria mesmo um só lugar e o estado-nação uma redundância. Mas, para muitos cientistas políticos, tal posição afigura-se demasiado radical porque nega a importância do Estado como princípio primordial da organização da vida social. O mundo aparece cada vez mais com um carácter dualista, isto é, apresenta-se integrado ao nível do subestado e é constituído por segmentos - os estados-nação.

Bull, 1977 [sistema de estados] ... padrão de relações internacionais segundo o qual vários estados soberanos em interacção aceitam um conjunto comum de regras e de instituições, e identifica a mais clara ameaça ... com o surgimento do novo medievalismo, ou seja, um sistema onde impera a autoridade sobreposta ou segmentada que vai minando a soberania dos estados.

Rosenau, Kerr e Bell - 1980 e 1990, concentram-se naquilo que se pode designar por transcionalização ... as relações intergovernamentais são complementadas pelas relações entre indivíduos e grupos não governamentais. (...) dinâmica iniciada pela inovação tecnológica e sustentada pelos permanentes avanços nas áreas das comunicações e dos transportes, trouxe para a esfera política novas associações, novas organizações e novos agrupamentos de coordenação.

Gestão das Diferenças Culturais

2.1 A Abordagem de Kluckhohn e Strodbeck

Kluckhohn e Strodbeck acreditavam que a ênfase tradicional da antropologia na abordagem global fazia emergir mais uma paisagem estática e simplificada e que apenas estudando as variações entre culturas poder-se-ia entender as mudanças culturais e toda a complexidade da cultura.

Kluckhohn e Strodbeck e as investigações que lhes estão associadas identificaram um conjunto de seis dimensões ou orientações culturais básicas com duas ou três possíveis variações em cada.

Existem três aspectos fundamentais nesta abordagem que a tornam singular e a diferenciam de todas as outras.

Primeiro, os indivíduos são identificados como os portadores ou detentores das preferências que geram as variações culturais colectivas.
Segundo, [as dimensões] cada sociedade define e hierarquiza a forma como exibe a resolução dos problemas contidos em cada uma das orientações.
Terceiro, as dimensões apresentam-se e são propostas como sendo conceptualmente independentes. Isso não significa que os indivíduos não possam agregar duas variações numa orientação.









2.3 A Abordagem de Hall & Hall

Hall & Hall identificou dois critérios comportamentais determinantes em termos do impacto nos modos de trabalho e nas relações profissionais: "policromenismo" e "monocronismo" e aquilo que designou por "referência ao contexto".

a) o monocronismo, que consiste essencialmente em efectuar uma actividade de cada vez - a organização do tempo é sequencial.

b) O policronismo (...) priviligia-se a reactividade aos acontecimentos, a oportunidade das ocasiões e a flexibilidade... organização do tempo é algo menos valorizado.

A "referência ao contexto" é um critério de organização da informação que pode ser implícita (contexto forte) ou explícita (contexto fraco).

Implicita (contexto forte) - Informal... largamente espontâneo e multi-direccional... rumores tendem a aparecer.

Explícita (contexto fraco) - Mais formal... (historico, finalidades, objectivos) que não é suposto saber a priori. A informação deve ser escrita, precisa e completa.

... A idade, o sexo, a posição social do interlocutor e a sua posição hierárquica são importantes.

2.5 A Abordagem de Geert Hofstede

Cultura (...) um programa mental colectivo da mente humana (...) que caracteriza e distingue um grupo ou categoria de pessoas de outro grupo ou categoria.

A ideia subjacente é que quando comparamos a distribuição de valores numa população ... com outra população, a regra dos grandes números, permite-nos encontrar distribuições"normais" numa população. [a tendência central]






4 Dimensões de Hofstede (+1)

MAS - Masculinidade vs Femeninidade - Competição vs Cooperação

- a importância atribuida ao sucesso e ao êxito material e o gosto pela competição face à importância atribuida à modéstia e a preocupação pelo Outro

UAI - Evitação da Incerteza

- a necessidade de controlo ou evitação da incerteza e o grau de exteriorização das emoções e da ansiedade que lhe está associado

PDI - Distancia ao Poder

- em que medida as sociedades humanas aceitam que o poder seja desigual

IDV - Grau de Interdependência - Exclusivistas vs Universalistas*
* o universo comum serve o individuo, e como tal este respeita-o...


CDI - Orientação Temporal das Sociedades - Índice de Dinamismo Confunciano

- contrapõem sobretudo, as sociedades do Oriente face às do Ocidente; diferenças culturais e religiosas das sociedades humanas face à morte.


2.6 Consequências das Diferenças Culturais
Nas Práticas de Gestão

É impossivel corrdenar as actividades das pessoas sem um profundo conhecimento dos seus valores, crenças e expressões. Os gestores influenciam outras pessoas através da manipulação de símbolos... e as motivam na direcção das acções desejadas.

Todos os problemas são comuns a todas as nações; é, portanto, a forma de lidar com eles que difere em cada uma delas.

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